Alex Rodrigues - Repórter da
Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
Há 15 meses no papel de
presidenta interina da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta
Assirati deixará o cargo nos próximos dias. Segundo a assessoria do órgão
indigenista, foi a própria Maria Augusta quem pediu exoneração a fim de se
mudar para Portugal, onde fará um curso de doutorado. A viagem está marcada
para a próxima semana.
A presidenta da Funai, Maria
Augusta Assirati, deixa o cargo na próxima semana. Fabio Rodrigues
Pozzebom/Agência Brasil
Graduada em direito e mestre em
desenvolvimento e políticas públicas, Maria Augusta ocupava a diretoria de
Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai quando, em junho de 2013, foi
escolhida substituta provisória da então presidenta da fundação, a antropóloga
Marta Azevedo, que deixou o cargo alegando motivos de saúde.
O período em que Maria Augusta
passou à frente da Funai foi marcado pelo acirramento da disputa entre os que
defendem o fortalecimento dos direitos indígenas e setores que querem flexibilizar
a legislação de proteção. Durante audiência pública no Congresso Nacional, por
exemplo, Maria Augusta classificou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
215, que transfere para o Congresso Nacional a competência da União para
demarcar terras indígenas, como uma medida “descabida” e que representa um
“retrocesso do ponto de vista da demarcação de terras”.
Além disso, por orientação do
próprio governo federal, a Funai paralisou os processos demarcatórios em
lugares com conflito entre índios e produtores rurais. No último relatório,
divulgado em julho passado, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) disse que,
ao menos, 30 processos demarcatórios estão sem conclusão pela Funai, apesar de
não haver pendência administrativa ou judicial que impeça a homologação. Além
disso, pelo menos 53 índios foram assassinados no ano passado em
conflitos, diretos ou indiretos, por disputa de terra.
A Agência Brasil procurou
o Ministério da Justiça para saber se o futuro presidente da fundação já foi
escolhido, mas o ministério não se pronunciou sobre o assunto.
-Fonte: Agência Brasil
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