Defesa afirma que jovem ficou sem residência fixa e voltou a trabalhar como acompanhante de luxo
SÃO PAULO - A ex-amante de Alberto
Youssef, Taiana de Sousa Camargo, que foi capa da Playboy depois da prisão do
doleiro na Lava-Jato, foi internada sábado em uma clínica em Sorocaba após
saber de seu indiciamento pela Polícia Federal, por lavagem de dinheiro. Em
petição ao juiz Sérgio Moro, a defesa de Taiana afirmou que a jovem não foi
localizada para depor porque estava sem residência fixa, chegando a morar com a
irmã e o filho, hoje com 14 anos, em Indaiatuba, no interior de São Paulo.
Depois da prisão do doleiro, explicou o
advogado, ela entregou à Justiça o apartamento que ganhou dele e voltou a
trabalhar como acompanhante de luxo.
"Quando estava com Alberto
Youssef, todas as suas despesas e as despesas com seu filho eram pagas por Youssef.
Sem conseguir um emprego, viu-se, então, obrigada a voltar a trabalhar como
acompanhante de luxo e foi com esse intuito que viajou ao exterior com um de
seus clientes", afirmou a defesa.
Na petição, o advogado afirma que
Taiana ficou "extremamente abalada e estarrecida" com o indiciamento,
pois Youssef havia se apresentado a ela como dono de uma agência de hotelaria e
turismo, a Marsans Brasil, conhecida inclusive fora do Brasil. Diz ainda que,
além de pagar as despesas, Youssef também cuidava da declaração de imposto de
renda, que era feita pela contadora dele, Meire Poza.
Ao indiciar Taiana, a PF afirmou que a
jovem inseriu valores em sua declaração de renda para justificar o apartamento
que ganhou do doleiro, que custava cerca de R$ 800 mil.
"A requerente não entende, não
sabe fazer nem transmitir declaração de imposto de renda. À época em que a
requerente era amante de Alberto Youssef ele a sustentava, sustentava o filho
dela, pagava todas as contas da requerente, dava presentes e cuidava de todas as
questões burocráticas da vida da requerente e de seu filho. A requerente até
hoje tem entendimento íntimo de que Youssef fazia tudo aquilo por ela e por seu
filho, e não para esconder dinheiro, ressalvando-se os respeitáveis
entendimentos em sentido contrário", afirma o advogado no documento.
"A
requerente não entende de declaração de IR, sequer sabe interpretar o que é
“saldo em giro e domicílio”, diz a defesa.
Para
o advogado, a PF, "por impaciência" e "açodadamente"
decidiu pelo indiciamento indireto, mesmo sem ouvir Taiana.
A
petição afirma que ela ficou sabendo do indiciamento pelo filho e, abalada,
voltou a beber e a tomar remédios descontroladamente, o que levou a família a
decidir pela internação.
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