O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi
condenado nesta segunda-feira (26) pelo juiz federal Sergio Moro, responsável
pela Operação Lava Jato na primeira instância. Palocci, que ocupou as pastas da
Fazenda, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Casa Civil, na
gestão de Dilma Rousseff (PT), foi condenado por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
Preso desde setembro de 2016, Palocci foi denunciado pelo
MPF (Ministério Público Federal) em outubro do mesmo ano acusado de
participação em um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht
envolvendo contratos de sondas com a Petrobras. Ele negocia um acordo de
delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
No mesmo processo, também foram condenados Marcelo Odebrecht, ex-presidente da
empreiteira; o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura; e o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Veja a relação de condenados:
Marcelo Odebrecht: corrupção ativa e lavagem de dinheiro
João Santana: lavagem de dinheiro
Mônica Moura: lavagem de dinheiro
João Vaccari Neto: corrupção passiva
Eduardo Costa Vaz Musa: corrupção passiva
José Carlos de Medeiros Ferraz: corrupção passiva
Renato de Souza Duque: corrupção passiva
Hilberto Mascarenhas: lavagem de dinheiro
Fernando Migliaccio da Silva: lavagem de dinheiro
Luiz Eduardo da Rocha Soares: lavagem de dinheiro
Olívio Rodrigues Júnior: lavagem de dinheiro
Marcelo Rodrigues: lavagem de dinheiro
Na sentença, Moro diz que a prática do crime corrupção
envolveu o pagamento de US$ 10,2 milhões, "o que é um valor bastante
expressivo". "Além disso, o crime insere-se em um contexto mais
amplo, revelado nestes mesmos autos, de uma conta corrente geral de propinas
com acertos de até R$ 200 milhões."
O juiz diz ainda que os valores "serviram para
remunerar, sem registro, serviços prestados em campanhas eleitorais, o que
representa fraude equivalente em prestações de contas eleitorais".
O juiz diz que a culpabilidade de Palocci é
"elevada" porque ele agiu enquanto ministro-chefe da Casa Civil do
governo Dilma, "um dos cargos mais importantes e elevados na administração
pública federal".
A denúncia
Palocci, segundo o relato dos investigadores, interferiu
na licitação da Petrobras sobre 21 sondas a fim de que os contratos
beneficiassem a Odebrecht.
"Entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos
executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a
assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do
governo federal", apontou o MPF.
A propina vinda dos desvios tinha como destinatário
principal o PT, de acordo com os procuradores, que pediram a condenação do
ex-ministro. Palocci geria a conta usada pela Odebrecht para pagar o partido,
segundo a denúncia. O esquema teria movimentado ao menos US$ 10 milhões.
(Com
informações do portal UOL)
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