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Terça-feira, 21 de Outubro de 2025
JACAREACANGA E A GEOMETRIA VICIADA DA POLÍTICA: COTAS DE GÊNERO, FRAUDES PARTIDÁRIAS, E A CASSAÇÃO DO VOTO POPULAR

Política
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JACAREACANGA E A GEOMETRIA VICIADA DA POLÍTICA: COTAS DE GÊNERO, FRAUDES PARTIDÁRIAS, E A CASSAÇÃO DO VOTO POPULAR

O dilema pós-eleitoral que expõe a desorganização das siglas e o impacto da Justiça Eleitoral sobre a representatividade indígena e os candidatos eleitos com destaque.

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JACAREACANGA(PA), OUT 6 2025 às 20hs14' - Leis, resoluções ou normas similares, destinadas a nortear procedimentos que solidifiquem o Estado Democrático de Direito, deverão ser sempre cumpridas após esgotadas as possibilidades de recursos.

Em nosso tempo pós-eleitoral, surge uma resolução que tem incomodado parte das populações municipais no que tange à fraude de cotas de gênero, em que siglas partidárias tentam cumprir a composição equitativa entre os dois gêneros disposta em lei. Principalmente nos interiores da Amazônia e, neste caso, com o foco na questão do Pará, os candidatos lutam com as armas que têm, já que o partido é meramente um empório de pessoas que almejam ser vereadores, ou seja, aqueles que lutam por uma cadeira no Poder Legislativo.

O interesse do partido é se manter vivo para que seus condutores amealhem capital político para eleições maiores. Não há, no plano municipal, empenho algum por parte dos partidos (que são desorganizados) em defender o interesse de seus filiados. Para essas siglas, os filiados e candidatos a cargos eletivos no plano municipal são tal qual araras ou periquitos, cada qual cuidando de seus cantos e cores, havendo apenas o incentivo dos representantes partidários:

"Vamos, pessoal, conquistar votos! Vamos fazer a maioria na Câmara de Vereadores, sem esquecer que a briga maior é para elegermos nosso candidato a Prefeito, pois, se não conseguirmos eleger os companheiros a Vereadores, é o Prefeito quem vai amparar a todos na Prefeitura com uma Secretaria, Diretoria, Coordenação... Vamos lá! A prioridade é garantir o voto no majoritário."

Os "cartolas" do partido se esquecem de garantir estímulo na captação de votos para as mulheres, que são arregimentadas para concorrer apenas em obediência à legislação. Esquecem-se do "acidente de percurso": se elas não tiverem êxito em votos — e muitas vezes nem o próprio voto —, fica subentendido que sua presença no pleito é uma flagrante fraude à cota de gênero.

Pior que tudo isso, quando a suposta fraude ocorre, a pancada na cabeça dos eleitos pela sigla é inevitável quando a Justiça é acionada e terá que cumprir a resolução que rege a matéria. O inevitável vem a cavalo: A cassação!

Ainda isso não é o pior. Para colocar mais falta de entendimento nos eleitores (e é elementar que pensem dessa forma), eles jamais irão compreender que o candidato em quem votaram cujo, foi eleito com grande destaque e projeção de votos, e que um colegiado composto de sete pessoas o retirou da Câmara e colocou em seu lugar seu concorrente  com irrisória quantidade de votos ja que os eleitores o  rejeitaram e que agora está "cantando de galo" em uma freguesia que já lhe era estranho.

Vejamos a situação do Povo Munduruku:

Gradativamente, o Munduruku, por meio de sua organização social, somada à incursão que fazem desde que o município se emancipou na década de 90, avança em sintonizar-se com a política partidária nacional. Isso os remete, sempre através de suas assembleias, a escolher nomes entre suas quase duzentas aldeias, os quais interagem com a população envolvente a sua vida tribal. Aqueles que reúnem mais facilidade para representarem no Poder Legislativo são minuciosamente escolhidos para concorrerem ao pleito, e cada região apoia o candidato como se fosse voto de cabresto.

Nesse cenário, no pleito recém findo, alguns nomes foram discutidos, deliberados e escolhidos para concorrerem e com apoio massivo dos aldeados,  lograram êxito, representando suas regiões na extensa Terra Indígena Munduruku. Na região do Rio Kabitutu, local onde se assenta a populosa aldeia Katõ, do cacique Geral Arnaldo Kabá, filho de Kabá Biboy, os escolhidos foram Aldilo Kabá e Tomaz Waro; na região do Teles Pires, coube a escolha ao Bacharel em Direito Sandro Waro. Com considerável margem de votos, foram eleitos. No entanto, hoje, um colegiado legalmente constituído assume a substituição dos eleitores que consagraram a vitória do trio para trazer à luz personagens rejeitados pelo voto popular, substituindo-os por culpa exclusiva dos desorganizados partidos que orbitaram no pleito.

Evidentemente devem se sentir  constrangidos àqueles que não tiveram votos suficientes  para hoje tirarem de suas cadeiras, os que foram eleitos, consagrados diplomados, empossados.

Rui Baima, Lenilson, Edileuza, estão nesta lista de espera para assumirem  vagas, havendo também outros nomes, das vitimas da resolução do TRE que os  partidos interioranos  e desorganizados  que não estão nem aí para o processo  democrático em Jacareacanga permitiram brincar de fazer eleição.

Depois de ser analisado com acurado trabalho pelo juizo eleitoral analisando o quantitativo de votos,  a contabilidade, dosemetria etc os suplentes dos cassados irão assumir; e voce eleitor, que concorreu a uma vaga, fique de sobreaviso que mesmo voce tendo tido somente os votos de sua familia, pouco menos de 20, voce correrá o risco de ser convocado para assumir a vaga daquele que obteve 300 votos. 

FONTE/CRÉDITOS: WALTER AZEVEDO TERTULINO
FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): WALTER AZEVEDO TERTULINO
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