Imagem de arquivo - Guerreiros Munduruku
JACAREACANGA(PA), 24Jan'2025 às 02h25' -Aumentam as dificuldades enfrentadas pelo povo indígena Munduruku, que habita a região de confluência com o Rio das Tropas e seus tributários, tais como o Igarapé Preto, Rio Kaburuá, Água Branca, Igarapé Massaranduba e Marupá. Pequenos aglomerados humanos da etnia Munduruku estão sendo alvo de novas incursões da Força Policial Ambiental, que visa à desmobilização total de qualquer atividade de garimpagem, inclusive as práticas manuais de faiscação de ouro.
Os aglomerados localizados à margem esquerda do Rio das Tropas são formados exclusivamente por núcleos humanos Munduruku. Por outro lado, a margem direita é ocupada por populações "branca" envolvidas com atividades garimpeiras, já que não recebem mais a atenção fiscalizadora da Força Policial Ambiental. Contudo, é nas terras ocupadas pelos indígenas, localizadas na margem esquerda e contidas na Terra Indígena Munduruku – já demarcada e regularizada – que recaem as ações fiscalizatórias com aparatos bélicos e aeronavegáveis, (Helicópteros e drones) penalizando aldeamentos ocupados de forma mansa e pacífica desde tempos imemoriais.
Nas primeiras operações, houve o desmantelamento das atividades de garimpagem, com destruição de maquinários e insumos. Passado algum tempo, novas incursões ocorreram na mesma área, já marcada pelos efeitos devastadores das ações anteriores. O cenário atual é de destruição: estruturas reduzidas a ferros retorcidos, esparsos dentro das águas; restos de lonas plásticas; e partes de vasilhames de combustíveis incinerados, compondo um quadro de horror.
O POVO JOVEM MUNDURUKU QUANDO SE DESLOCA A JACAREACANGA, SE ACOSTUMARAM A VER NAS TVS DOS COMÉRCIOS, FILMES DE GUERRAS COMO A GUERRA DO VIETNAM COM O EEUU DESTRUINDO TUDO ONDE O IMORTAL CHUCK MORRIS É O CARA IMAGINANDO QUE O MESMO CENÁRIO NUNCA PUDESSE SER VIVIDO NA VIDA REAL.
PARA OS IDOSOS, A REALIDADE DAS INCURSÕES POLICIAIS EM SUAS ALDEIAS MOSTRA A DURA REALIDADE CONFIRMADA DE QUE A A DESTRUIÇÃO EM GUERRA NÃO É UMA SIMPLES FICÇÃO.
Sem uma alternativa econômica que lhes permita enfrentar os horrores da omissão estatal, a situação do povo Munduruku se agrava exponencialmente. As recentes ações da Força Policial têm apreendido armas (espingardas de caça) destruído embarcações – o principal meio de transporte dos indígenas –, dificultando ainda mais a mobilidade e a sobrevivência na densa floresta povoada por onças e cobras, às margens dos cursos d’água. Para uma população cuja única alternativa de deslocamento é o transporte fluvial, a destruição das embarcações representa um ataque direto à sua existência. Sobre a apreensão de armas de caça, introduzida na vida dos indígenas a mais de 100 anos é facilitar o ataque das onças abundantes na região
Surge, assim, uma pergunta imperativa e dolorosa:
COMO ESSES SERES HUMANOS ABANDONADOS À PRÓPRIA SORTE, IRÃO SE MOBILIZAR EM SUAS PRÓPRIAS TERRAS ENTRE SUAS DISTÂNCIAS? -SERÁ QUE EXISTE ONG QUE ENSINA INDÍGENA A VOAR?⁸
"A diferença entre a palavra certa e a palavra quase certa, e a diferença entre o relâmpago e o vagalume"
Comentários: