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Protesto indígena na BR-230 — Foto: Foto: Frank Akay Munduruku
Caminhoneiros atiraram em indígenas da etnia Munduruku que bloqueiam um trecho da rodovia BR-230, em Itaituba, no sudoeste do Pará, pelo quatro dia consecutivo. Dois ataques ocorreram na noite de quinta-feira (27) e caminhões furaram o bloqueio na via na manhã desta sexta (28). Ninguém ficou ferido.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os agentes não estavam no local durante os ataques, porque a via tinha sido liberada às 18h de quinta-feira. Os indígenas continuaram às margens da rodovia, em acampamento.
Como ocorreram os ataques, segundo os indígenas:
- Às 18h de quinta-feira, a via foi liberada e os agentes deixaram o local;
- Duas horas depois, às 20h, ocorreu o primeiro ataque. Um caminhoneiro efetuou três disparos contra o acampamento;
- Às 21h, ocorreu o segundo ataque. Um outro caminhoneiro atirou uma vez contra os manifestantes.
Os relatos foram repassados ao Ministério Público Federal (MPF), que acompanha o caso.
Pela manhã, às 6h, os indígenas voltaram a interditar a pista e caminhões furaram o bloqueio. Os veículos passaram pelas barricadas e destruíram parte dos equipamentos usados para alimentação e abrigo.
A PRF foi novamente acionada para o local da manifestação. Segundo a PRF, não há rota alternativa viável por causa das fortes chuvas na região.
Sobre os ataques e o furo do bloqueio na pista, o g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (Segup) se haverá investigação pela Polícia do Pará, mas ainda não havia obtido resposta até a última atualização da reportagem.
Manifestação contra o Marco Temporal
A mobilização dos Munduruku começou na última terça-feira (25), no km 1104 da BR-230. Neste trecho há uma sobreposição com a BR-163.
Eles pedem a revogação da Lei 14.701/2023, que trata do reconhecimento, da demarcação, do uso e gestão das terras indígenas.
A lei estabelece que os povos indígenas só têm direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Há, também, em algumas disposições da Lei 14.701, uma fragilização do direito de consulta aos povos indígenas.
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