O Índice de Progresso Social (IPS), desenvolvido pela organização americana Social Progress Imperative (SPI), trouxe resultados preocupantes para o estado do Pará. O relatório aponta que oito das 20 cidades com as piores condições de vida no Brasil estão no estado. Ao contrário de outros indicadores que focam apenas em aspectos econômicos, o IPS avalia o bem-estar com base em resultados sociais e ambientais.
O levantamento, liderado pela associação IPS Brasil, destaca que Trairão, Bannach, Jacareacanga, Cumaru do Norte, Pacajá, Uruará, Portel e Anapu estão entre as cidades com as menores pontuações no país. A pontuação geral varia de 0 a 100, onde menores índices indicam condições desfavoráveis. O Pará é seguido por Roraima, que também concentra diversas cidades em situação precária.
As 20 piores cidades brasileiras em 2024
1. Uiramutã (RR) – 37,632. Alto Alegre (RR) – 38,383. Trairão (PA) – 38,694. Bannach (PA) – 38,895. Jacareacanga (PA) – 38,926. Cumaru do Norte (PA) – 40,647. Pacajá (PA) – 40,708. Uruará (PA) – 41,269. Portel (PA) – 42,2310. Bonfim (RR) – 42,2711. Anapu (PA) – 42,3012. Oiapoque (AP) – 42,4613. Pauini (AM) – 42,6314. Nova Nazaré (MT) – 42,7815. São Félix de Balsas (MA) – 43,0516. Feijó (AC) – 43,1117. Amajari (RR) – 43,3818. Pracuúba (AP) – 43,5019. Gaúcha do Norte (MT) – 43,5320. Santa Rosa do Purus (AC) – 43,78
Entendendo o Índice de Progresso Social
O IPS foi idealizado por Michael Porter, professor da Universidade de Harvard, e surgiu há dez anos como uma forma de medir o progresso sem depender exclusivamente de indicadores financeiros. Ele é baseado em três pilares principais:
Os dados para a edição de 2024 foram extraídos de fontes como o DataSUS, IBGE e Inep, permitindo uma visão abrangente das condições sociais e ambientais do país. Embora o Brasil tenha obtido um desempenho razoável em “Necessidades Humanas Básicas” (73,58), registrou baixos índices em “Oportunidades” (44,83), evidenciando desafios na inclusão social e na educação superior.
Desigualdade crescente e desafios futuros
O Brasil ocupa a 67ª posição no ranking global do IPS em 2024, uma queda expressiva em relação à 46ª posição alcançada em 2014. Essa piora reflete o aumento das desigualdades sociais e o impacto de questões como desmatamento e falta de acesso a oportunidades.
Apesar dos desafios, o país ainda é referência em áreas como saúde pública, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e em programas de transferência de renda. O monitoramento anual do IPS permitirá acompanhar se essas políticas conseguirão reverter a tendência negativa nos próximos anos.
Com uma média nacional de 61,83, o Brasil tem um papel importante no cenário global, especialmente no cumprimento das metas da Agenda 2030 da ONU. No entanto, o avanço do progresso social dependerá de políticas públicas eficazes e maior equilíbrio na distribuição das oportunidades entre estados e municípios.
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