Ranieri Costa Colaboração para Universa uol - UOL.COM.BR
12/05/2025 05h30
Sem contato há dois anos por conta de orientações religiosas, Eliane Alves recorre às cartas escritas pela filha ainda criança
Imagem: Arquivo pessoal… - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
Eliane Alves, 59, não fala com a filha há dois anos. Desde que deixou de frequentar a igreja Testemunhas de Jeová, foi bloqueada em todas as formas de contato: redes sociais, mensagens e ligações. "Ela simplesmente disse:
'Você sabe o que implica na nossa relação. Eu te amo'. E me bloqueou", conta Eliane.
Desde então, todas as tentativas de reaproximação foram ignoradas. A filha, que permanece na congregação, segue a orientação de cortar laços com quem foi desligado da organização.
Já tentei falar com ela umas quatro vezes, mas ela não responde. Quando passo perto dela, é como se eu fosse uma estranha. -Eliane Alves, 59 anos
Segundo Eliane, o vínculo entre as duas sempre foi forte, baseado em carinho e proximidade.
"Éramos muito próximas. Quando ela casou, houve algum distanciamento, mas mantínhamos o contato. Agora, é como se eu não existisse mais."
A saudade virou uma dor persistente. Em meio ao vazio, Eliane guarda cartas da filha escritas na infância, vestígios de um afeto interrompido.
Aos quase 60 anos, ela sente o peso da solidão. "Isso de filho abandonar mãe, pesa. Tenho depressão. Já tentei o suicídio quatro vezes quando ainda estava na religião." Fora da congregação, ela tenta se reconstruir com ajuda da terapia… - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
A publicação afirma ainda que cortar o contato com ex-membros é uma forma de "bondade", pois poderia levá-los a retornar à fé. Entretanto, essa prática tem gerado histórias de abandono, solidão e sofrimento psicológico… - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
Trecho da revista 'A Sentinela', publicada pela instituição religiosa
Imagem: Reprodução
Rita perdeu o contato com a mãe -- e com a filha, que mora com a avó
Rita* (nome fictício) também foi desligada da congregação. A decisão não a afastou apenas da comunidade religiosa, mas de sua própria mãe — que permanece fiel às orientações das Testemunhas de Jeová. Desde então, vivem na mesma rua, mas como estranhas. A dor aumentou quando sua filha mais velha, de 16 anos, que morava com ela, passou a viver com a avó. A curta distância entre as casas contrasta com a separação afetiva, imposta por uma doutrina que redefine laços familiares em nome da obediência religiosa.
Criada entre as Tes… - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
A situação se agravou com o afastamento da própria filha.
"Ela é muito fácil de ser manipulada. Não concorda com muitas coisas, mas tem medo da rejeição. Ela nasceu lá dentro e não tem a mente livre."
Para Rita, o medo é o principal motor desse afastamento — medo de punições espirituais, de represálias da comunidade e até de forças malignas.
"Minha mãe disse que minha casa tem demônios. Quando contei que pesquisei sobre a religião, ela ficou com medo de mim. Lá dentro, ensinam que quem busca informações fora do site oficial está do lado de Satanás."
Decidida a proteger os filhos e romper com o ciclo de controle, Rita deixou a religião. Mas o custo foi alto: "O que mais m... Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
"Estamos aí ajudando as pessoas, com ajuda psicológica, jurídica, para que as pessoas procurem seus direitos e sejam auxiliadas"
Explica Yann, que também teve os vínculos com os pais rompidos após deixar a religião. O movimento se propõe a romper o silêncio e dar visibilidade a histórias marcadas pelo sofrimento emocional, buscando amparo institucional e mobilização social.
De acordo com Yann, o movimento conta com cerca de 650 pessoas engajadas. "Indicamos pessoas que passam por problemas mentais traumáticos para psicólogos que atendem por valor social".
O grupo também atua no campo político e legal, buscando garantir que casos como esses sejam reconhecidos e debatidos no siste… - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/12/rejeitadas-pelas-filhas-em-nome-da-fe-disse-eu-te-amo-e-me-bloqueou.htm?cmpid=copiaecola
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